O Rio é Tão Longe: Cartas de Otto Lara Resende


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Ir à livraria nunca é em vão, mesmo quando estou decidida a não adquirir nenhum livro, porque já há uma pilha em casa para ler. Sempre aparece algum título implorando para ir comigo para casa. Hoje fui à Cultura tomar um café e deparei com uma coletânea de cartas de Otto Lara Resende a Fernando Sabino, publicada pela Cia das Letras (O Rio é Tão Longe: Cartas a Fernando Sabino). Como eu adoro ler cartas, não resisti. Segue um bilhetinho simpático em que Otto comenta o estilo de Shakespeare. Boas férias aos meus queridos alunos e um bom fim de semana aos que não sabem mais o que são as férias.


Belo Horizonte, 19 de agosto de 1945.

Fico besta como morrem os personagens de Shakespeare, nem os passarinhos morrem com mais naturalidade, com mais simplicidade. Exeunt, esta palavra tem algo de misterioso e poético. Vede, o personagem faz um teatrozinho, é ferido (ninguém morre de cama, é tragédia!) e...morre. Morre assim nesta única palavra, dies.

                        O, I am slain! If thou be merciful
                        Open the thomb, lay me with Juliet.
                                               (Dies)

É ou não é formidável? Morrem numa palavra.




Obs: Aos que estão se perguntando como é que eu comprei um livro hoje à tarde e já estou postando a leitura, explico que o carro quebrou justo quando eu ia embora, o que me levou a esperar a ajuda por uma hora e pouco. Como já tinha comprado o livro, não perdi a viagem.

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