Novos Ares


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30 de dezembro. É preciso abrir as janelas, deixar a rajada de vento entrar, percorrer os espaços vazios, levar o pó, fazer a cortina dançar, envergonhada da intimidade, os quadros na parede animados com o pedaço de vida que entra assim, transparente e fresco. Dia de vestir boa roupa. De soltar um sorriso para qualquer estranho triste. Olhar no espelho e pensar: como você cresceu, moça! Dia de largar a velharia, deixar só o antigo, bonito em sépia, sem pó, sem melancolia, só uma nostalgia leve de quem percebe a passagem do tempo. 2011 fica na história como um ano de tormentas. Por enquanto, aqui, a tormenta é só a brincadeira do vento que chega da praia, fazendo algazarra.