Orhan Pamuk é um escritor turco que nasceu em 1952, tornando-se mundialmente conhecido quando foi agraciado com o prêmio Nobel de literatura em 2006. Autor do romance (e quase best-seller) Neve, Pamuk tem sua obra publicada em português pela Cia das Letras. Gostei muito de ler os seus ensaios (seriam crônicas?) publicados na coletânea Outras Cores. Um autor contemporâneo, com grande qualidade literária e escrita fácil, leve, boa para as férias. Deixo-os com um trecho do ensaio O Autor Implícito, no qual o Pamuk fala sobre o ofício de escritor e seu amor pela literatura.
Para ser feliz, preciso da minha dose diária de literatura. E nisso não sou diferente do doente que precisa tomar uma colher de remédio por dia. Quando eu soube, na infância, que os diabéticos precisavam tomar injeção todo dia, fiquei muito penalizado, como a maioria das pessoas, e posso até ter pensado que eles estavam meio mortos. Minha dependência da literatura deve deixar-me igualmente meio morto. Quando eu era um jovem escritor, principalmente, sentia que os outros me consideravam apartado do mundo real, e por isso condenado a viver meio morto. Ou talvez a expressão correta seja “meio fantasma”. Às vezes cheguei a pensar que estava totalmente morto, e tentava, com a literatura, insuflar de volta alguma vida no meu corpo morto. Para mim, literatura é remédio. (PAMUK, Orhan. O autor implícito. In: Outras Cores, Cia das Letras, 2010, pg. 20)
Aproveitar as férias para ler algumas das várias sugestões já feitas aqui.
Muito bom poder comparar a ideia de mundo e a forma como cada escritor conta uma historia dependendo da nacionalidade.
Ótimo, Natan! Leia muito e sempre.