Todos nós somos constituídos de desejo. Seres desejantes, movidos pela insatisfação. Na filosofia budista, a vida é encarada como sofrimento permanente motivado pela perda, a frustração constante. O caminho da iluminação consiste na progressiva libertação do desejo. Budistas ou não, temos algumas lições a aprender com os monges orientais. Um olhar sobre a impermanência da vida e sobre a necessidade de recolhimento espiritual são duas delas.
Para encontrar um lugar mental de tranquilidade e iluminação, os budistas praticam a técnica meditativa do zazen. É bastante simples e não tem qualquer conteúdo religioso por si só: senta-se sobre uma almofada numa posição confortável, fecha-se os olhos, deixando os pensamentos transcorrerem livremente, a respiração relaxada. Nas primeiras vezes, a posição vai trazer ansiedade e inquietação porque você não vai conseguir se desprender de imediato da vida lá fora, mas não se deve tentar chegar ao silêncio numa tentativa inicial. O objetivo da meditação é se tornar um hábito diário, através do qual se constrói a disciplina e o estado de silêncio em que é possível encontrar a paz. E quem não precisa de paz para pensar com clareza neste mundo de desordem e ruído?
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