Ontem precisei ir a um cartório autenticar documentos, o que me parece a tarefa mais absurdamente kafkiana que pode haver. Entre carimbos e filas de espera, uma grande tela de LCD exibia o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Assisti durante alguns minutos à saga do pobre personagem na linha de montagem da fábrica, ora apertando, ora afrouxando, incessantemente, num trabalho sem qualquer sentido em si mesmo. Neste filme, é possível perceber os efeitos da Revolução Industrial sobre a saúde física e mental dos operários e sobre o quanto a nossa vida de trabalhadores pode ser massacrante. Pensei na ironia que foi o cartório ter decidido exibir aquele filme, numa parede atrás de sua fila de funcionários-carimbadores, trabalhando, todos, para um propósito absolutamente inexistente. Enfim, por mais clichê que seja, é a vida imitando a arte.
Diferença é que cabe ainda citar modelo de produção fabril por se tratar do início do século XX.
E hoje, qual argumento falacioso podemos usar?
Tem outra parte do filme que é genial: http://fluxodopensamento.com/2011/08/saindo-da-linha/