Vivemos
num mundo de exigências e cobranças. Somos avaliados pelos resultados, pelo
sucesso, pelo que fizemos de grandioso. Percebo que, diante dessa corrida
muitas vezes absurda, cada vez mais as pessoas têm procurado algum alento em
vídeos e livros de caráter motivacional. O material costuma ser meio bobo,
óbvio e, no meu entender, não tratam do mais importante: trazer uma reflexão
sobre o sentido que atribuímos à nossa vida e ao que fazemos dela. Reconhecer o
valor de uma conquista, a sua função no nosso crescimento e na construção da
felicidade é o melhor meio de ter perseverança. Talvez a literatura possa nos
ajudar a encontrar palavras de motivação e sair do lugar da cegueira.
Rainer
Maria Rilke, poeta alemão que escreveu as magníficas Elegias de Duíno, nascido em 1875, publicou o texto Cartas do Poeta sobre a vida (Martins
Fontes, 2007). São pequenos ensaios sobre temas como o cotidiano, o tédio de
trabalhar, a dor da perda, a superação. Para ajudar a clarear a mente.
Recomendadíssimo!
“Há tantas pessoas que esperam de mim não
sei exatamente o quê – auxílio, conselhos (de mim, que me encontro totalmente ‘perplexo’
ante as urgências mais autoritárias da vida!) – e, embora saiba que elas estão
enganadas, erradas a esse respeito, eu contudo me sinto tentado (e não creio
que seja por vaidade!) a compartilhar com elas algumas de minhas experiências –
alguns frutos de minhas longas solidões...nesse sentido, do mesmo modo como
ajudaria um cego.”
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