O Livro de Travesseiro, da
escritora japonesa Sei Shônagon, é uma obra-prima para os que desejam compreender
os costumes do Japão tradicional. Shônagon foi dama da corte imperal e deixou
suas memórias sobre as práticas da corte neste livro, quase um diário, uma
percepção vívida e irônica sobre a vida cotidiana. Sei Shônagon viveu entre 966
e 1025 do calendário cristão. Deixo-os com um trechinho do livro, bom para nos
fazer sonhar.
“Choveu muito no dia seguinte. Transcorreu
o dia e anoiteceu sem que eu recebesse notícias dele. Concluí que havia
afastado por completo seu pensamento de mim. À noite, eu estava sentada na
borda da varanda, quando vi chegar um menino com um guarda-chuva aberto em uma
mão e uma carta na outra. Abri a carta com ansiedade maior que a normal. A
chuva que atormenta o rio, dizia a mensagem, que achei mais encantadora do que
se houvessem dedicado numerosos poemas”.
(SHÔNAGON, Sei. O Livro de Travesseiro, tradução de Andrei dos Santos Cunha, Porto Alegre, Escritos, 2008, pg. 341)
(SHÔNAGON, Sei. O Livro de Travesseiro, tradução de Andrei dos Santos Cunha, Porto Alegre, Escritos, 2008, pg. 341)
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