A Solidão do Mar


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Sábado de muito sol. O mar um pouco revolto, mas contínuo e constante em seu ir-e-vir. Respiro pausadamente durante alguns minutos. Percebo que é a primeira oportunidade em dias. Fecho os olhos, sinto o gosto do mar nos lábios, tenho um sonho acordada, decido permanecer viva. Nas mãos, a página 55 do livro Alessandro Banricco, mas me falta a vontade de vestir outra vida que não a minha e desisto da Itália por algumas horas. Prefiro, hoje, ser eu mesma, com roupa de banho, cabelos molhados, pés sujos de areia, aceitando o calor do sol sobre a pele. Como o sol está suave hoje! Não queima, é como um abraço, um terno abraço que não acaba mais. A solidão é uma tarde na praia e é linda.
                                                                                Robert Doisneau

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