Ufa! Mal respirei nas últimas doze horas e peço desculpas pela “demora” entre o último post e este que segue. Hoje escolhi como objeto de reflexão o amor do corpo, o desejo, a vivência do prazer. É sempre muito difícil explicar o resultado dessas escolhas sobre o que publico, não há qualquer método ou lógica, é o puro resultado de uma mente divagante. Antes de deixar com vocês a postagem que eu quero (e ainda não consegui) escrever sobre o corpo, o desejo e a literatura, introduzo a questão com um poema do Drummond, publicado na obra O amor natural, onde o poeta tematiza sexo, a nudez, esse amor de entendimento de que falava Manuel Bandeira.
Mulher andando nua pela casa
Por Carlos Drummond de Andrade
Mulher andando nua pela casa
envolve a gente de tamanha paz.
Não é nudez datada, provocante.
É um andar vestida de nudez,
inocência de irmã e copo d’água.
O corpo nem sequer é percebido
pelo ritmo que o leva.
Transitam curvas em estado de pureza,
Dando este nome à vida: castidade.
Pelos que fascinavam não perturbam.
Seios, nádegas (tácito armistício)
Repousam de guerra. Também eu repouso.
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