Há dias em que não é possível ler nada. Só há silêncio, cansaço, ou simplesmente o vazio íntimo que nos permite transitar pela vida como pura existência, sem reflexão. Em dias como o de hoje, não é possível abrir nenhum livro, ou passar diante da vitrine da livraria com interesse, só nos resta respirar fundo, aguardar que o sono venha logo, para que a vida – quem sabe – recomece na alvorada seguinte.
A riqueza da literatura consiste em poder falar sobre tudo, inclusive sobre o nada.
Ju Diniz
Diante da foto e do que li, só me veio em mente parafrasear Drummond: seus ombros suportam o mundo... E acho ótimo canalizar toda fragilidade que vem logo em seguida - ou simultaneamente - na sensibilidade de explorar o "nada"... Para mim, é a sensação de respeitar o momento e dar um abraço na alma, dizendo: está-tudo-bem-em-não-estar-tudo-bem-assim... "A cada dia basta o seu cuidado" (Mt 6, 34) e todo momento o merece, seja ele qual for, da forma que mais te dê paz... :)
Lívia, não consigo pensar em palavras mais sábias. Tenho muito medo de quem está sempre bem.