Romances históricos quase sempre dão arrepios: descrições intermináveis, licenças poéticas excessivas, os atores sociais são facilmente transformados em mártires ou vilões, enfim, a chance dar errado é grande demais. Mas é possível utilizar a literatura como forma de imersão num determinado período da história, quando o objetivo fundamental do autor não é exatamente esse. Um romancista cuidadoso na reconstrução da história do Brasil como pano de fundo para os seus enredos é o Ruy Castro. Os livros são divertidíssimos e leves! Como estamos falando de República, no livro "Bilac vê estrelas" ele é capaz de associar Olavo Bilac a José do Patrocínio numa história policial muito divertida, em que uma espiã estrangeira transita pelo Rio de Janeiro da Belle Époque com muito charme. Afinal, nem só de Agatha Christie vive o leitor de literatura policial.
Para ler e se divertir:
Bilac vê estrelas
Ruy Castro
Publicado pela Cia das Letras
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