Acordei em tempo de encontrar, ainda, no céu, a hora lilás. Hora em que ainda não é dia, mas a noite amansou, esmaeceu. No céu, uma aquarela dançante de azuis, róseos, amarelos, lilases. Livre de qualquer ideia de permanência, a hora do nascer do sol é uma lembrança de que o belo é transitório e arrebatador. Nada mais bonito que ouvir Erik Satie nesses momentos de lirismo e falta.
Adoro esse momento, a escuridão se retirando, calma, serena, e a luz chegando. Faz tempo que não vejo o dia amanhecendo, mas sempre que vejo me dá uma sensação de alegria triste.
A tristeza alegre, às vezes, é a única coisa que nos resta.
felizes os que se permitem às tristezas alegres, quando elas aparecem. Só essas pessoas mergulham no por do sol com toda a profundidade que ele merece. Beijo, Ju.
Juliana, infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler “A Ciranda de Pedra”, mas certamente que este livro está entre os livros que ei de ler. Fico contente por tua visita simpática e atenciosa, doce e terna como a primavera. Bioy Casares é um autor extraordinário! Há alguns meses eu estava compondo um ensaio sobre ele e o Borges, pois ambos foram grandes amigos, literatos e companheiros. Foi o Borges que convenceu o Casares a perseguir a literatura, pois de outra feita o mesmo iria continuar no curso universitário. Do Casares eu li “A Invenção de Morel” e “Histórias Fantásticas”, uma coletânea de contos. Vou providenciar ensaios especiais para a senhorita sobre alguns autores latino-americanos.
Abraço.
Realmente o nascer do sol unido ao lirismo da falta, da ausência, do vazio, onde estas notas breves soam, neste espaço onde volitam as imagens poéticas e arrematadoras, é sublime e belo. No nascer do sol acompanha-o a nostalgia, a intuição do desfalecimento do instante com o fulgor do presente. Hoje eu também vi o sol nascer, o vento acariciava os traços juvenis de minha mocidade, embriagando-o com a brisa matutina e brevemente morna.
Abraço.
Vinícius, que bom que apareceu por aqui novamente. Estou aguardando com ansiedade os seus ensaios sobre os nossos escritores do coração, da América Latina. Abraço!
Paulo, meu amigo, sua ausência tem provocado muita saudade em todos nós! Não se perca nesses penhascos portugueses que são feitos de beleza para que não seja possível abandoná-los. Abraço fraterno.
Tenho apenas uma vaga noção desse fenômeno chamado manhà.
Juliana, conheci o Aller Bon Train, estou encantado com teu último texto.
Deixei um comentário lá.
Abraço e boa semana.
O documentário "O equilibrista" faz da Gymnopédie nº1 uma tinta para sua arte.
http://www.youtube.com/watch?v=S-Xm7s9eGxU