Federico García Lorca, poeta espanhol nascido no final do século XIX, é um dos nomes da literatura da minha juventude, por influência de um amigo de escola que era apaixonado por sua poesia. Assim, como inspiração para novas descobertas (a maioria delas nem tão novas assim), deixo-os com o poema Confusão.
Confusão
Por Federico Garcia Lorca
Meu coração
é teu coração?
Quem me reflexa pensamentos?
Quem me presta
esta paixão
sem raízes?
Por que muda meu traje
de cores?
Tudo é encruzilhada!
Por que vês no céu
tanta estrela?
Irmão, és tu
ou sou eu?
E estas mãos tão frias
são daquele?
Vejo-me pelos ocasos,
e um formigueiro de gente
anda por meu coração.
é teu coração?
Quem me reflexa pensamentos?
Quem me presta
esta paixão
sem raízes?
Por que muda meu traje
de cores?
Tudo é encruzilhada!
Por que vês no céu
tanta estrela?
Irmão, és tu
ou sou eu?
E estas mãos tão frias
são daquele?
Vejo-me pelos ocasos,
e um formigueiro de gente
anda por meu coração.
Juliana, minha querida, se me permite chamar-te desta forma carinhosa (pois tenho acalentado uma amizade por ti; seja por termos ao que parece muitos semelhanças, seja por tua sensibilidade artística e humana), por isso sempre que possível tento compartilhar e desvelar a ti esse desejo de ver-lhe bem. Lorca teve um fim trágico se não me engana a memória. Foi assassinado. Estou para ler uma pequena biografia sobre ele (pois estou trabalhando em um Sebo e lá há uma pequena biografia dele, a qual já venho espreitando entre as demais leituras: por agora estou lendo Istevan Mezaros, um filósofo húngaro). O que a senhorita está lendo? E começou bem o ano?
Abraço
Juliana,
Insufla-me sofregamente o peito e põe em frenesi este precórdio cansado ler tão belas palavras neste altar dedicado às melodias plangidas pela partitura da bela - e última - flor do Lácio.
Mais que isso: folgo em alinhavar estas mal-traçadas buscando as mais difíceis - dir-se-ia, as menos simplórias - palavras do nosso castigado léxico e, outrossim, na ordem indireta, estas pomposas e de adjetivos prenhes palavras te escrever sem, nada obsta, comunicar o que realmente tenho a dizer.
Dito isto, resta-me tão-somente tomar meu amargo e diário cálice de cicuta e chorar, sozinho e, entre vírgulas e citações, sempre, deitado esplendidamente sobre a manjedoura de meus velhos alfarrábios (também conhecidos como "livros")
huahauhauhauhauha
Meu outrora trôpego riso agora bramiu, lépido.
Merecem um "mói de pêa". Hehehehhe.