Da Arte ao Espetáculo: Vargas LLosa e a Cultura


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Quanto tempo você dedica ao seu crescimento cultural? O que você gosta de ler, assistir, ouvir? O quanto a sua leitura é importante para a construção do que você é?  O sofrido ou o trabalhoso não convêm? Para refletir sobre essas perguntas, trago hoje em tradução livre um trecho da obra A Civilização do Espetáculo, de autoria de Mario Vargas Llosa, publicado pela Alfaguara. A obra pretende analisar como a cultura vem sendo paulatinamente destruída pelo que ele denomina entretenimento de massa. Um ensaio lúcido sobre o que é cultura e qual sua importância para a humanização do homem.




“A diferença essencial entre a cultura do passado e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela pretendiam transcender o tempo presente, durar, seguir vivos nas gerações futuras, enquanto que os produtos deste são fabricados para ser consumidos no instante e desaparecer, como os biscoitos ou a pipoca. Tolstói, Thomas Mann, Joyce e Faulkner escreviam livros que pretendiam derrotar a morte, sobreviver aos seus autores, seguir atraindo e fascinando leitores nos tempos futuros. As novelas brasileiras e os filmes de Bolywood, como os shows da Shakira, não pretendem durar mais que o tempo de sua apresentação e desaparecer para deixar espaço a outros produtos igualmente exitosos e efêmeros. A cultura é diversão e o que não é divertido não é cultura”. (LLOSA, Mario Vargas. La Civilización del espectáculo. Alfaguara, Buenos Aires, 2012, pg. 31)

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