O
trecho abaixo, de autoria de Erico Verissimo, compõe a saga O Tempo e o Vento, romance épico
dividido em três partes: O Continente, O Retrato e o Arquipélago, cada qual
composta por dois volumes. A saga reúne personagens míticos da literatura
brasileira, como o capitão Rodrigo Cambará. Para os que não têm fôlego de
assumir a leitura dos seis volumes, a Cia das Letras editou partes da saga em
livros autônomos, que podem ser lidos de forma independente sem prejuízo da
compreensão de seu contexto. Decidi trazer hoje um trecho Do
Diário de Sílvia, integrante da saga, porque as palavras da personagem
ressoam bastante no meu próprio modo de ver o mundo.
“Eu gostaria de compreender melhor as
outras pessoas. Seria um modo indireto de me compreender a mim mesma. Gosto de
gente. Desejo que os outros gostem de mim. A minha vida não teria sido, toda
ela, uma busca de amor? Quando penso nos dias da infância, me vejo uma
menininha de pernas finas a caminhar pelas salas do Sobrado atrás de alguém,
pedinchando que me aceitassem... Se havia coisa que eu temia era não ser
querida. Às vezes me envergonho um pouco dessa atitude canina: o vira-lata em
busca dum amo.” (VERISSIMO, Erico. Do Diário de Sílvia, Cia das Letras, 2008, pg. 38)
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