Desculpem-me
a longa ausência. Dias de dispersão intelectual. Deixo-os com um trecho
do conto Terapia de Solidão do magnífico Mario Benedetti sobre a importância do isolamento, do recolhimento e
de compreensão. Bom final de semana!
“Meu querido: Aqui estou eu, na minha ilha,
que não é exatamente uma ilha, já que não está cercada pelo mar e sim pela
vegetação, pelas árvores, pelo pampa propriamente dito. Mas é uma ilha no
sentido espiritual. Embora também não seja isso, já que estou cercada por
distantes presenças e próximas ausências, pela lembrança dos outros e pelo
fluxo da minha própria memória. Parece complicado? Pode ser. Você bem sabe que
já fazia algum tempo precisava me isolar, ir em busca da solidão perdida
(Marcel Proust velho de guerra!). Felizmente você me entendeu, e confesso que
essa compreensão aumentou meu amor (e também meu respeito) por você. Estou
convencida de que o respeito pela solidão do ser amado é uma das formas menos frequentes
porém mais verdadeiras de amor, não acha?” (BENEDETTI, Mario. Terapia de Solidão, in Correio do Tempo, Alfaguara, 2007, pg.
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