Gatos Literários: Otto Lara Resende


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Ontem estava revendo Os Maias na TV, quando um lindo persa chinchilla apareceu nos braços de Dom Afonso, manhoso. Inspirada por Bonifácio, o belo gatinho de Carlos Eduardo da Maia, herói do realismo literário português, deixo um parágrafo do texto Gato gato gato, de Otto Lara Resende, para trazer o ronronado doce dos felinos para a nossa sexta-feira. Em homenagem ao Bob, que agora mordisca os meus pés, adivinhando o tema do post.





"O pêlo do gato para alisar. Limpinho, o quente contato da mão no dorso, corcoveante e nodoso à carícia. O lânguido sono de morfinômano. O marzinho de leite no pires e a língua secreta, ágil. A ninhada de gatos, os vacilantes filhotes de olhos cerrados. O novelo, a bola de papel — o menino e o gato brincando. Gato lúdico. O gatorro, mais felino do que o cachorro é canino. Gato persa, gatochim — o espirro do gato de olhos orientais. Gato de botas, as aristocráticas pantufas do gato. A manha do gato, gatimanha: teve uma gata miolenta em segredo chamada Alemanha."

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