Lirismo de Kawabata: Dançando com Palavras


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Já que começamos o dia com Ueda, deixo com vocês, como estímulo para a segunda-feira que se aproxima, um trecho do lindo romance A Dançarina de Izu, publicado em 1926, pelo japonês ganhador do Nobel Yasunari Kawabata. O meu escritor japonês favorito, que, em 1968, foi agraciado com o prêmio da academia sueca, dono de uma escrita lírica, quase impressionista, com lindas descrições do Japão tradicional.
 





No dia seguinte, pela manhã, levaria a velha senhora até a estação de Ueno e lhe compraria um bilhete até Mito. Era uma questão urgente.

Tudo parecia estar em perfeita harmonia. No salão, o lampião se apagou. O mar e o peixe fresco amontoado no navio exalavam um cheiro muito forte.

Em meio à escuridão, enquanto me aquecia com o calor do corpo do estudante a meu lado, meus olhos converteram-se em dois pequenos oceanos cercados por todos os lados pela minha face. Minha mente parecia estar se transformando em fonte de água pura que, como a vida, se derramava gota a gota. Por fim, sobrou o doce sentimento de nada mais estar.