O Fogo de Vadinho


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Um pouco da malandragem de Vadinho, o mais irresistível dos pilantras da literatura nacional.




Revelava-lhe um mundo apenas suspeitado de prazeres proibidos, ganhando a cada noite de namoro uma parcela de sua resistência e de seu corpo, de seu pudor, de sua oculta emoção. O desejo a consumia numa fogueira de altas labaredas, ardiam brasas em seu ventre, mas Flor buscava conter-se e coibir-se. Sentindo-se, entretanto, dia a dia menos senhora da sua própria vontade, de recusa frágil, relutância débil, submissa escrava do rapaz audacioso, que já se apoderara de quase todo o seu corpo queimado de uma febre sem remédio, ai, sem remédio.” (JORGE AMADO, Dona Flor e seus dois maridos, Cia das Letras, 2008, pg. 95.)