“Meu amor, meu amor, meu amor, que carinho
tão bom por você, quantos beijos alados fugindo, quanto sangue no meu coração!
Ah, se fosses louca por mim, eu saía correndo de súbito, entre o pasmo da turba
inconsútil. Eu dizia: Ai de mim! eu dizia: Woe is me! eu dizia: Hélas! pra
você...Tanta coisa eu diria, que não há poesia de longe capaz de exprimir. Eu
inventava linguagem, só falando bobagem, só fazia bobagem, meu bem. Ó fatal
pentagrama, ó lomas valentinas, ó tetrarca, ó sevícia, ó letargo! Mas não há
nada a fazer, meu destino é sofrer: e seria tão bom não sofrer. Porque toda a
alegria tua e minha seria, se você fosse louca por mim”
(Vinícius
de Moraes, Chorinho para amiga, in Para uma menina com uma flor. São
Paulo: Cia das Letras, 2009, pg. 26)
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