A
Clarice Lispector não está entre as escritoras que leio com mais frequência.
Apesar disso, todos nós temos nossos dias de Clarice, que escreve sobre o
íntimo feminino como ninguém. Hoje, enquanto pensava no que postar, olhando as
prateleiras, as lombadas dos livros, pensando nas leituras passadas, meu olhar
encontrou o dela no seu Água Viva e
eu pensei que esse é o texto perfeito para o que eu estou sentindo hoje: um
turbilhão de emoções nada claras. Li esse livro há muitos e muitos anos (a
inscrição do meu nome na contracapa data de 2001), mas lembro que foi uma
leitura tocante, a ponto das páginas estarem cheias de rabiscos de
marca-texto. O parágrafo que vai ao final do post, em especial, nunca me saiu
da cabeça. Para os que gostam da escritora, é uma boa indicação. Uma leitura
desorganizada, que não é exatamente um romance (não cabe qualquer categorização),
mas não deixa de ser uma boa leitura. Bom fim de semana, amigos.
“Também tenho que te escrever porque tua seara é a das palavras discursivas e não o direto de minha pintura. Sei que são primárias as minhas frases, escrevo com amor demais por elas e esse amor supre as faltas, mas o amor demais prejudica os trabalhos. Este não é um livro porque não é assim que se escreve. O que escrevo é só um clímax? Meus dias são um só clíma: vivo à beira.” (Clarice Lispector, Água Viva, Rocco, 1998)
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