Amores Orientais: O Amante de Duras


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Imagine o exotismo do Vietnã, os sons, os cheiros, a natureza selvagem. A sua paisagem úmida e empobrecida é o pano de fundo para O Amante, célebre obra da escritora francesa Marguerite Duras. Na história, romance com traços autobiográficos, é apresentado o estranho vínculo amoroso e sexual nascido entre a narradora, adolescente francesa radicada na colônia da Indochina, e um rico herdeiro chinês, que, apesar de perdidamente apaixonado, não vê qualquer possibilidade de assumir publicamente o romance com a moça branca. A acidez e a desesperança estão presentes nas palavras de Duras, o que torna a história tão crível (e tão triste). O enredo foi adaptado para o cinema, sob a direção de Jean-Jacques Annaud. Um romance para viajar para bem longe...
 

 

Ainda íamos todos os dias à garçonnière de Cholen. Ele fazia como sempre, durante algum tempo continuou a fazer como sempre, me lavava com a água das jarras e me levava para a cama. Vinha ao meu lado, também se estendia, mas tinha ficado sem força nenhuma, sem potência nenhuma. Marcada a data da partida, mesmo ainda distante, ele não conseguia fazer mais nada com meu corpo. Acontecera abruptamente, À sua revelia. Seu corpo não queria mais a menina que ia partir, trair. Ele dizia: não posso mais te tomar; achava que ainda podia, mas não posso mais.”