Divertido, fácil e rápido


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No dia 22 de setembro, ao que parece, será celebrado o dia mundial sem carro. Organizações da sociedade civil iniciaram exortações para que as pessoas não usem o carro como meio de transporte no sábado, preferindo alternativas como o transporte coletivo ou a bicicleta, que nos últimos tempos tem sido transformada em altar dos ecologicamente corretos, como se a salvação da humanidade dependesse da vida sobre duas rodas. O que me levou a escrever este post foi um banner que tem circulado no facebook, com os seguintes dizeres: “ajudar o planeta é divertido, fácil e rápido”. 





Acho que essa frase diz muita coisa sobre ser jovem hoje: a vida precisa ser divertida, fácil e rápida. Não há espaço para a gravidade na vida do jovem, tudo, até mesmo o momento do culto religioso, precisa ser feliz, ruidoso, um momento de prazer e deleite. Nem se fale sobre a dificuldade e a demora: se não está à mão, se não puder ser digerido em minutos ao toque na tela touchscreen, é descartável, é desnecessário, é antiquado. É a geração “multifuncional”: tudo ao mesmo tempo, de qualquer jeito, para qualquer coisa.


Essa observação não tem a pretensão de ser antipática: eu mesmo cresci na internet e não consigo imaginar como seria a vida desconectada. Tampouco sou do time dos que acham que a vida tem que ser um mar de lágrimas: não passo um final de semana sem estar junto dos amigos, nunca consegui virar a noite estudando e preservo meu tempo de lazer com unhas e dentes! Acho mesmo que, de vez em quando, o dolce far niente tem o seu valor. Mas é preciso reconhecer que as grandes conquistas chegam depois de dedicação, de trabalho, de concentração e com força de vontade, que a vida não é – e nem deve ser – apenas lazer. Quando a gente cresce, fica insustentável e vazio viver com slogan do “divertido, fácil e rápido”.


Tornar o jovem mais reflexivo, mais concentrado e mais comprometido, isso sim, me parece, ajudaria a salvar o planeta!

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