A Leveza do Cinema: Intocáveis


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Acabo de chegar em casa depois de um dia bastante cansativo de pesquisas na biblioteca na universidade aqui em São Paulo. Um sobe e desce tremendo porque – pasmem – a administração da faculdade resolveu disponibilizar o acervo em um prédio com vários andares e sem elevadores. Uma boa piada para os que dizem que trabalhar na docência e na pesquisa não exige suor! O que importa por hoje é que resolvi escrever, apesar do cansaço, porque terminei o dia vendo um filme maravilhoso e gostaria muito de compartilhar meu encantamento com vocês. O filme se chama Os Intocáveis, francês, dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano. O filme, ganhador de inúmeros prêmios, foi produzido em 2011, tendo Osmar Sy no papel de Driss, um imigrante senegalês que é contratado para ser cuidador de Phillipe, um especialista em música clássica, tetraplégico e extremamente rico.


 

O filme tem tudo para ser uma sucessão de clichês e um peso emocional, mas é o oposto disso.  Justamente por fugir da figura do deficiente debilitado e emocionalmente frágil, Phillipe nos seduz com seu charme aristocrático e sua autoridade. Driss, inteligentíssimo e perspicaz, é um imigrante marginalizado cheio de arroubos de violência e irritação que tornam a relação com Phillipe humana e crível. Apesar de seu temperamento explosivo, Driss desenvolve uma relação de confiança e cuidado com Phillipe bastante tocante. O senso de humor e a completa transformação da rotina de Phillipe pela chegada de Driss tornam o filme imperdível. E acreditem, é daqueles filmes de sair do cinema acreditando na leveza da vida!