Passei o final de semana acompanhada de um de meus escritores favoritos, Rubem Fonseca. Sua prosa é extremamente objetiva, direta, a temática policial está sempre ali, o mistério, a investigação, os personagens meio decadentes, ligados ao submundo e à violência. Em Bufo & Spallanzani, romance publicado em 1985, acompanhamos a história de Gustavo Flávio, escritor que se vê envolvido na investigação da morte de uma grã-fina da alta burguesia carioca, Delfina Delamare. O investigador Guedes não se convence da versão de suicídio e resolve elucidar o caso, tendo Gustavo Flávio como suspeito ao encontrar uma carta sua no porta-luvas do carro de Delfina. A narrativa é eletrizante, como tudo que o autor escreve. Recomendo muitíssimo, até para os espíritos mais delicados. Apesar da violência e da secura estarem sempre presentes, a sofisticação literária faz com que a gente desenvolva uma empatia quase que imediata pelos anti-heróis de Rubem Fonseca. Boa segunda!
“O escritor deve ser essencialmente um subversivo e a sua linguagem não pode ser nem a mistificatória, do político (e do educador), nem a repressiva, do governante. A nossa linguagem deve ser a do não conformismo, da não falsidade, da não opressão. Não queremos dar ordem ao caos, como supõem alguns teóricos. E nem mesmo tornar o caos compreensível. Duvidamos de tudo sempre, inclusive da lógica. Escritor tem que ser cético. Tem que ser contra a moral e os bons costumes”. (FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2011, pg. 145)
Ahh ... esse foi o primeiro livro do Rubem que eu li
(dica de uma querida professora de literatura).
Deu um vontade de ler de novo ...
(o que tem sido um efeito que o
vosso blog tem causado em mim:
vontade de reler vários livros).
Mas, meu favorito sempre vai ser “Agosto”.
Parabéns ... o blog fica cada vez melhor!
Antonio