A solidão e a arte: uma visita ao museu


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Todos nós podemos conhecer, através de livros e da internet, representações dos quadros de Van Gogh, saber quais são as formas da Vênus de Milo e desvendar os mistérios simbólicos das telas de Rembrandt. Apesar de se poder conhecer a representação, nada se compara à experiência sensorial de observar a obra de perto: a tela de Van Gogh, por exemplo, é pura luz – emana uma combinação de cores vibrantes e dançantes que parecem ter vida própria. É a glória da beleza que se manifesta em sua forma mais concreta: uma tela coberta por pinceladas de tintas. Recentemente pude observar no MASP uma obra de holandês Veermer, chamada “Mulher lendo uma carta”, que passou por um processo de restauração minucioso. O monitor mais moderno não é capaz de reproduzir aquele tom de azul da roupa da personagem, construído pelo pintor a partir de experimentações que remontam a séculos e séculos de tradição.




No vídeo abaixo, chamado A Path of Beauty, acompanhamos a experiência de visita ao museu do Louvre. Não uma simples visita: o museu está completamente vazio. Fico imaginando o que seria ter um museu dessa magnitude só para si – só quem já se acotovelou nas salas do Impressionismo no Museu D’Orsay sabe como é angustiante querer perceber cada detalhe da pintura tendo várias pessoas em volta, falando, em movimento, distraindo a sua atenção. Não nos custa sonhar com o imenso luxo de se ter a solidão para apreciar a arte. Acho que vale conferir o videozinho. Bom fim de semana!